E como todos gostam de saber com quem estão lidando para evitar surpresas, essa imagem vira referência e pode agir a nosso favor e também contra – preconceitos vêm daí.
Nem todo alemão é sisudo, nem todo baiano é preguiçoso, nem todo gaúcho é machista, mas essa é a “foto” que guardamos deles em nossos porta-retratos mentais. Estereótipos de grupo.
Individualmente acontece a mesma coisa.
A sua vida passa como se estivesse numa esteira de linha de produção, até que um dia você ganha um rótulo – que não veio do nada, você de certa forma colaborou para ser etiquetado como um fofoqueiro, um bebum, um mulherengo.
E também colaborou para ser reconhecido como um cara focado, um homem responsável, um sujeito que cumpre o que promete.
Você pode mudar?
Pode.
Para melhor e para pior.
A vida é longa. Angelina Jolie passou de bad girl a cidadã ativista e de família – adotou crianças, visitou países assolados pela fome, a nossos olhos virou outra pessoa.
Mas, para comuns mortais, é bem mais penoso reverter a própria imagem.
A imprensa não cobre.
Rótulos, mesmo os bons, são limitadores.
O ideal seria que pudessem esperar qualquer coisa de nós, já que somos mesmo capazes de surpreender.
Mas o mundo se apega às certezas, não às dúvidas.
Então, tenha em mente que tudo o que você faz (e principalmente o que você repete) ficará arquivado na memória daqueles com quem convive, e será um trabalhão desfazer essa imagem.
Não que seja impossível, mas vai exigir mais do que mil palavras.
Martha Medeiros – Jornal Zero Hora
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