Aprenda o que é um hábito, como ele se forma e como mudá-lo.
Enquanto eu estava realizando pesquisas sobre identidade (responder à pergunta “Quem eu sou?”) eu fiz esta pergunta para diversas pessoas.
A resposta mais comum é a identificação com o trabalho.
Eu sou pedreiro.
Eu sou enfermeira.
Eu sou músico.
Eu sou cabeleireira…
É fácil de observar que você é o que você faz, ou seja, você associa o que você faz com quem você é, mas apenas o que você faz com frequência.
Se eu toco violão uma vez, não vou dizer que sou músico.
Se tento cortar ou
pintar o cabelo de alguém uma vez, não vou dizer que sou cabeleireiro. Quer
dizer, é o hábito que faz o monge.
O hábito corresponde à frequência do nosso título:
“Você é o que você
faz como hábito”.
Outra resposta que as
pessoas frequentemente dão à pergunta “Quem eu sou?” são adjetivos. Eu sou uma
pessoa feliz.
Eu sou uma pessoa divertida.Eu sou um palhaço.
Eu sou sério.
E, de igual modo, ao associar o ser a um adjetivo, estamos fazendo referência ao que fazemos com frequência. Se você é uma pessoa séria e conta uma piada a cada ano, ninguém vai dizer que você é um piadista. Agora se toda ou quase toda vez que você encontrar alguém você contar uma piada, dirão que você é engraçado, que você é um palhaço.
Portanto, se acabamos associando quem nós somos com o que fazemos com frequência, se mudarmos um hábito também poderemos mudar para melhor quem acreditamos que somos.
O Poder do Hábito.
“Toda a nossa vida na medida em que tem forma definida, não
é nada além de uma massa de hábitos”. (William James)
O Poder do Hábito, escrito pelo jornalista Charles Duhigg,
a) Deixa: A deixa é
um elemento que desperta uma dica para que o circuito do hábito inicie. Pode
ser um horário do dia, uma palavra, um lembrete no celular. Como define Duhigg,
“um estímulo que manda seu cérebro entrar em modo automático, e indica qual
hábito ele deve usar”.
b) Rotina: A rotina é a repetição quase idêntica do
comportamento, mas também pode ser um ato mental ou emocional. A rotina pode
ser constituída de elementos simples, como escovar os dentes ou complexas, com
dirigir, escrever um texto como este, falar em público.
c) Recompensa: E, por fim, há a recompensa, que é um
elemento que permite ao cérebro associar à deixa e à rotina um aspecto
positivo, agradável, interessante. Em princípio, o sujeito pode nem se dar
conta de que há uma terceira parte no hábito que é positivo, agradável,
interessante. Por exemplo, se você escova os dentes de determinado jeito todos
os dias, é provável que você nem note.
Mas em termos do
funcionamento do cérebro, todo o circuito em três partes do hábito é uma grande
economia de energia. De acordo com os neurocientistas, 40% dos nossos comportamentos
diários são hábitos.
Ou seja, quase metade do nosso dia, fazemos coisas,
realizamos as mais intricadas atividades até as mais simples, no automático,
sem nem perceber o que, como ou até porquê estamos fazendo aquilo – daquele
jeito.Na medida em que o hábito é uma grande economia de energia, ele é uma vantagem para a nossa vida. Porém, o funcionamento do cérebro que é responsável pelos hábitos (os gânglios basais) não consegue identificar se um hábito é bom ou ruim.
Então, depois de termos visto que associamos quem somos com o que fazemos frequentemente e termos começado a estudar o que é um hábito e como ele se forma, talvez fique a pergunta: Como mudar um hábito?
Sabendo como é o modo de operação de um hábito, já temos uma incrível pista para a criação de um novo hábito.
Primeiro, temos que
selecionar uma deixa e uma recompensa. Digamos que você queira caminhar todas
as tardes.
A deixa pode ser o horário, às 18 horas, a rotina será
caminhar e a recompensa, inicialmente, pode ser qualquer recompensa que você
achar prazerosa, como tomar um banho mais demorado depois, comer uma barra de
cereal ou ouvir aquela música que te diverte.O segundo passo é fazer todo este processo repetidamente durante um período de 21 dias. 21 dias é, de certa forma, um número arbitrário.
Mas três semanas é um tempo suficiente para que o cérebro guarde o novo hábito para sempre.
Ao ter a deixa, haverá uma grande tendência a realizar o comportamento.
Como se diz, os começos são difíceis, mas depois tudo fica mais fácil.
Com um novo hábito é a mesma coisa.
No começo é difícil, porque é um novo processo.
Depois realizaremos o novo hábito sem nem pensar mais que houve um dia um começo difícil.
Um abraço fraterno
M. Elisete Andia
Piedade
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